Combustão humana espontânea

| sexta-feira, 20 de abril de 2018 | |

O que seria a combustão espontânea?
A combustão humana espontânea, como o próprio nome sugere, se trata de um fenômeno no qual o corpo de pessoas entra em chamas, como consequência de um calor gerado por mecanismos internos, aparentemente não vinculada à fatores externos, porém, mesmo assim, não há uma origem aparente para o fogo.


Investigações forenses tentaram analisar os casos relatados de CHE e resultaram em hipóteses sobre potenciais causas e mecanismos, incluindo comportamento e hábitos das vítimas, consumo de álcool e proximidade com possíveis fontes de ignição, bem como o comportamento de incêndios, que consomem gorduras derretidas. Explicações naturais, bem como fenômenos naturais não verificados, foram propostas para explicar os relatórios de CHE.

Pelo menos 200 casos de combustão humana, ao redor do mundo, já foram reconhecidos e registrados.

Características
A "combustão humana espontânea" refere-se à morte de um incêndio que se origina sem uma fonte externa aparente de ignição; acredita-se que o fogo comece dentro do corpo da vítima. Esse termo "combustão humana espontânea" foi proposto pela primeira vez em um artigo publicado na revista cientifica da Royal Society.

Todos os casos de combustão espontânea apresentam uma característica em comum: a vítima quase sempre era completamente consumida pelas chamas, geralmente dentre de sua própria residência, e os presentes no local após o incidente relatam cheiro de fumaça adocicada no cômodo.

Outra característica quase sempre observada nos supostos casos de combustão humana é que as extremidades (mãos, pés e/ou parte das pernas) permanecem preservadas. O ambiente onde ocorreu a combustão humana não evidencia nenhum ou pouco sinal de fogo, exceto que apenas o chão embaixo do corpo e o teto, acima de onde estava a vítima, costuma ficar mais danificados depois de uma combustão humana, e, em certos casos, apresentar resíduos gordurosos nas paredes ou móveis.

Porém, nem todas as vítimas de combustão humana espontânea foram consumidas em chamas. Alguns apresentam queimaduras em seu corpo sem qualquer motivo aparente, ou então fumaça sai de seus corpos sem apresentar queimadura alguma.

Casos da vida real

O primeiro registro de um caso do tipo foi feito em 1641 pelo médico dinamarquês Thomas Bartholin. O médico escreve sobre um cavaleiro italiano chamado Polonus Vorstius que em 1470 estava tomando vinho quando começou a vomitar labaredas até ter seu corpo totalmente consumido pelo fogo , exceto pés e mãos.

Um outro caso também emblemático de combustão humana, que apresenta todas essas características em comum com o primeiro registro, é o que aconteceu em 1725. Conforme os relatos, o dono de uma pousada, em Paris, na França, acordou e viu sua esposa, madame Millet, queimando, já com a parte superior do corpo carbonizada.

Dizem que a polícia tentou incriminar o marido pela a morte da mulher, mas o testemunho de um hóspede que dormia ali, naquela noite, salvou o francês. A testemunha era um cirurgião que conhecia sobre combustão humana e explicou à Justiça o que poderia ter acontecido com madame Millet. Na época, como nenhum indício de início de incêndio foi encontrado no local da morte, o legista responsável pelo caso chegou a afirmar que a mulher havia recebido uma “visita de Deus”.

Em dezembro de 2010, a morte de Michael Faherty no Condado de Galway, na Irlanda, foi registrada como "combustão espontânea" pelo médico legista. O médico, Ciaran McLoughlin, fez esta declaração no inquérito sobre a morte: "Este fogo foi investigado minuciosamente e fiquei com a conclusão de que isto se enquadra na categoria de combustão humana espontânea, para a qual não há uma explicação adequada".
Henry Thomas, um homem de 73 anos, foi encontrado carbonizado na sala de sua casa em Ebbw Vale, no sul do País de Gales, Reino Unido, em 1980. Seu corpo inteiro foi incinerado, deixando apenas o crânio e uma porção de cada perna abaixo do joelho. Os pés e as pernas ainda estavam vestidos com meias e calças. A metade da cadeira em que ele estava sentado também foi destruída. Oficiais forenses de polícia decidiram que a incineração de Thomas era devido ao efeito pavio. Sua morte foi classificada como uma "morte por incêndio", visto que ele tinha inalado claramente o conteúdo de sua própria combustão

Teorias

Se o nosso corpo é composto por algo em torno de 60 a 70% de água, como ele pode pegar fogo do nada? Pensando melhor, para que um corpo entre em combustão, é necessário que ele seja submetido a uma intensa e forte fonte de calor e exista alguma substância inflamável por perto — e, em condições naturais, nenhum dos dois “ingredientes” está presente no organismo humano, então como surge a combustão espontâneo?

Há várias teorias, que tentavam explicar como ocorre a combustão espontânea. Até a primeira metade do século XX, a ciência acreditava que pessoas alcoólatras tinham mais propensão à combustão humana espontânea. Um livro publicado em 1823, Medical Jurisprudence,[4] que afirmou que os casos registrados de combustão humana espontânea incluíam as seguintes características:

"[...] os casos registrados têm essas coisas em comum:

as vítimas são alcoólatras crônicos;

geralmente são mulheres idosas;

o corpo não queimou espontaneamente, mas alguma substância inflamável entrou em contato com ele;

as mãos e os pés costumam cair;

o fogo causou muito pouco dano às coisas combustíveis em contato com o corpo;
a combustão do corpo deixou um resíduo de cinzas gordurosas e fétidas, com um odor muito forte."

O alcoolismo é um tema comum nas primeiras referências literárias de CHE, em parte porque alguns médicos e escritores do século XIX acreditavam que o fenômeno era o resultado disto.

O perito Larry Arnold alega em sua teoria que a combustão resulta de uma partícula subatômica chamada pyroton, que interage com as células para criar uma microexplosão. Que acaba por ser uma fagulha que começa a combustão. No entanto, não há comprovação científica da existência dessa partícula.

Hoje a explicação mais aceita busca nas velas uma analogia para explicar o fenômeno. Uma vela é composta por um pavio coberto de cera, essa teoria é conhecida como Efeito Pavio. Ou seja, que o corpo, em condições específicas, quando exposto a uma fonte de calor ou de fogo, pode funcionar como o pavio de uma vela.

As velas consistem de um pavio envolto em cera que, por sua vez, é composta por ácidos graxos inflamáveis. No caso dos humanos, a gordura corporal agiria como ingrediente inflamável, enquanto as roupas ou cabelos da pessoa seriam o pavio.

Existe a teoria de que o acúmulo de eletricidade estática no interior do corpo, oriunda de uma força geomagnética externa exercida sobre o corpo seja a responsável por desencadear combustão humana espontânea.

O que a ciência diz?

Quase todos os casos de CHE envolvem pessoas com baixa mobilidade devido à idade ou obesidade avançada, além de uma má saúde. As vítimas mostram uma alta probabilidade de terem morrido durante o sono, ou de serem incapazes de se mover depois de terem pegado fogo.

Os cigarros são frequentemente vistos como fonte de fogo, ou seja, a pessoa sofre um ataque cardíaco, e ela deixa o cigarro cair e incendiar a roupa.

A CHE pode ser confundida com a auto-imolação, ou seja, uma forma de suicídio. No Ocidente, a auto-imolação responde por 1% dos suicídios, enquanto, nos países em desenvolvimento, a cifra pode chegar a 40%.

Outra possibilidade é que, em certos casos, os incêndios foram atos criminosos, com posterior encobrimento.

Vídeo do canal:


Fontes:





https://segredosdomundo.r7.com/combustao-humana-espontanea-verdade-ou-lenda/

0 comentários:

Postar um comentário