O que seria a combustão
espontânea?
A combustão humana espontânea, como o próprio nome sugere,
se trata de um fenômeno no qual o corpo de pessoas entra em chamas, como
consequência de um calor gerado por mecanismos internos, aparentemente não
vinculada à fatores externos, porém, mesmo assim, não há uma origem aparente
para o fogo.
Investigações forenses tentaram analisar os casos relatados
de CHE e resultaram em hipóteses sobre potenciais causas e mecanismos,
incluindo comportamento e hábitos das vítimas, consumo de álcool e proximidade
com possíveis fontes de ignição, bem como o comportamento de incêndios, que
consomem gorduras derretidas. Explicações naturais, bem como fenômenos naturais
não verificados, foram propostas para explicar os relatórios de CHE.
Pelo menos 200 casos de combustão humana, ao redor do mundo,
já foram reconhecidos e registrados.
Características
A "combustão humana espontânea" refere-se à morte
de um incêndio que se origina sem uma fonte externa aparente de ignição;
acredita-se que o fogo comece dentro do corpo da vítima. Esse termo
"combustão humana espontânea" foi proposto pela primeira vez em um
artigo publicado na revista cientifica da Royal Society.
Todos os casos de combustão espontânea apresentam uma
característica em comum: a vítima quase sempre era completamente consumida
pelas chamas, geralmente dentre de sua própria residência, e os presentes no
local após o incidente relatam cheiro de fumaça adocicada no cômodo.
Outra característica quase sempre observada nos supostos
casos de combustão humana é que as extremidades (mãos, pés e/ou parte das
pernas) permanecem preservadas. O ambiente onde ocorreu a combustão humana não
evidencia nenhum ou pouco sinal de fogo, exceto que apenas o chão embaixo do corpo
e o teto, acima de onde estava a vítima, costuma ficar mais danificados depois
de uma combustão humana, e, em certos casos, apresentar resíduos gordurosos nas
paredes ou móveis.
Porém, nem todas as vítimas de combustão humana espontânea
foram consumidas em chamas. Alguns apresentam queimaduras em seu corpo sem
qualquer motivo aparente, ou então fumaça sai de seus corpos sem apresentar
queimadura alguma.
Casos da vida real
O primeiro registro de um caso do tipo foi feito em 1641
pelo médico dinamarquês Thomas Bartholin. O médico escreve sobre um cavaleiro
italiano chamado Polonus Vorstius que em 1470 estava tomando vinho quando
começou a vomitar labaredas até ter seu corpo totalmente consumido pelo fogo ,
exceto pés e mãos.
Um outro caso também emblemático de combustão humana, que
apresenta todas essas características em comum com o primeiro registro, é o que
aconteceu em 1725. Conforme os relatos, o dono de uma pousada, em Paris, na
França, acordou e viu sua esposa, madame Millet, queimando, já com a parte
superior do corpo carbonizada.
Dizem que a polícia tentou incriminar o marido pela a morte
da mulher, mas o testemunho de um hóspede que dormia ali, naquela noite, salvou
o francês. A testemunha era um cirurgião que conhecia sobre combustão humana e
explicou à Justiça o que poderia ter acontecido com madame Millet. Na época,
como nenhum indício de início de incêndio foi encontrado no local da morte, o
legista responsável pelo caso chegou a afirmar que a mulher havia recebido uma
“visita de Deus”.
Em dezembro de 2010, a morte de Michael Faherty no Condado
de Galway, na Irlanda, foi registrada como "combustão espontânea"
pelo médico legista. O médico, Ciaran McLoughlin, fez esta declaração no
inquérito sobre a morte: "Este fogo foi investigado minuciosamente e
fiquei com a conclusão de que isto se enquadra na categoria de combustão humana
espontânea, para a qual não há uma explicação adequada".
Henry Thomas, um homem de 73 anos, foi encontrado
carbonizado na sala de sua casa em Ebbw Vale, no sul do País de Gales, Reino
Unido, em 1980. Seu corpo inteiro foi incinerado, deixando apenas o crânio e
uma porção de cada perna abaixo do joelho. Os pés e as pernas ainda estavam
vestidos com meias e calças. A metade da cadeira em que ele estava sentado
também foi destruída. Oficiais forenses de polícia decidiram que a incineração
de Thomas era devido ao efeito pavio. Sua morte foi classificada como uma
"morte por incêndio", visto que ele tinha inalado claramente o
conteúdo de sua própria combustão
Teorias
Se o nosso corpo é composto por algo em torno de 60 a 70% de
água, como ele pode pegar fogo do nada? Pensando melhor, para que um corpo
entre em combustão, é necessário que ele seja submetido a uma intensa e forte
fonte de calor e exista alguma substância inflamável por perto — e, em
condições naturais, nenhum dos dois “ingredientes” está presente no organismo
humano, então como surge a combustão espontâneo?
Há várias teorias, que tentavam explicar como ocorre a
combustão espontânea. Até a primeira metade do século XX, a ciência acreditava
que pessoas alcoólatras tinham mais propensão à combustão humana espontânea. Um
livro publicado em 1823, Medical Jurisprudence,[4] que afirmou que os casos
registrados de combustão humana espontânea incluíam as seguintes
características:
"[...] os casos registrados têm essas coisas em comum:
as vítimas são alcoólatras crônicos;
geralmente são mulheres idosas;
o corpo não queimou espontaneamente, mas alguma substância
inflamável entrou em contato com ele;
as mãos e os pés costumam cair;
o fogo causou muito pouco dano às coisas combustíveis em
contato com o corpo;
a combustão do corpo deixou um resíduo de cinzas gordurosas
e fétidas, com um odor muito forte."
O alcoolismo é um tema comum nas primeiras referências
literárias de CHE, em parte porque alguns médicos e escritores do século XIX acreditavam
que o fenômeno era o resultado disto.
O perito Larry Arnold alega em sua teoria que a combustão
resulta de uma partícula subatômica chamada pyroton, que interage com as
células para criar uma microexplosão. Que acaba por ser uma fagulha que começa
a combustão. No entanto, não há comprovação científica da existência dessa
partícula.
Hoje a explicação mais aceita busca nas velas uma analogia
para explicar o fenômeno. Uma vela é composta por um pavio coberto de cera,
essa teoria é conhecida como Efeito Pavio. Ou seja, que o corpo, em condições
específicas, quando exposto a uma fonte de calor ou de fogo, pode funcionar
como o pavio de uma vela.
As velas consistem de um pavio envolto em cera que, por sua
vez, é composta por ácidos graxos inflamáveis. No caso dos humanos, a gordura
corporal agiria como ingrediente inflamável, enquanto as roupas ou cabelos da
pessoa seriam o pavio.
Existe a teoria de que o acúmulo de eletricidade estática no
interior do corpo, oriunda de uma força geomagnética externa exercida sobre o
corpo seja a responsável por desencadear combustão humana espontânea.
O que a ciência diz?
Quase todos os casos de CHE envolvem pessoas com baixa
mobilidade devido à idade ou obesidade avançada, além de uma má saúde. As
vítimas mostram uma alta probabilidade de terem morrido durante o sono, ou de
serem incapazes de se mover depois de terem pegado fogo.
Os cigarros são frequentemente vistos como fonte de fogo, ou
seja, a pessoa sofre um ataque cardíaco, e ela deixa o cigarro cair e incendiar
a roupa.
A CHE pode ser confundida com a auto-imolação, ou seja, uma
forma de suicídio. No Ocidente, a auto-imolação responde por 1% dos suicídios,
enquanto, nos países em desenvolvimento, a cifra pode chegar
a 40%.
Outra possibilidade é que, em certos casos, os incêndios
foram atos criminosos, com posterior encobrimento.
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